terça-feira, 22 de março de 2011

Freedom's just another word for nothing left to lose

Pessoas vêm e voltam.
Amigos vêm e voltam.
Às vezes não voltam.
Pessoas felizes, calor, presentes, expectativas, festas, cervejas, Janis Joplin.
Sinto saudades daquele que um dia respondeu por “eu”.
Aquele que antes queria ser como eu sou agora.
Será que o processo natural de amadurecer e envelhecer resulta nessa insatisfação eterna? De quando conseguir ser quem desejava ser antes, passar a querer ser outro?
Que ilusão. Que vida injusta, enlouquecedora, Ian Anderson.

Sexta-feira. Vamos embora, é dia de sair! É hora de viver, Jim Morrison.
Beba tudo! Não, não posso, tenho que estudar amanhã. Estudar? Para quê?
Futuro garantido é ir para a cama cedo sempre e perder a infância.

Não consigo explicar, mas estou com saudade de uma época na qual eu sofri demais, mas ao mesmo tempo vivi emoções inexplicáveis. Deixou marcas fortes.
Pessoas legais que eu nunca mais verei, que foram engolidas pelo asfalto da demoníaca zona norte ou estão correndo atrás de seus anseios desesperados, que nem são anseios seus, mas sim impostos por um jornal, por uma vitrine, por um outdoor ou por um programa de TV.

Como eu era sonhador! Eu achava que vivia nos anos sessenta, Jimi Hendrix!

Dormir tarde, acordar cedo, não pensar no amanhã, viver simplesmente pelo prazer, por mais que isso seja delinquentemente infantil, Made in Brazil.

Amigos de infância se foram sem deixar rastros.
Bêbados e drogados geniais, anônimos, que conheci, foram reduzidos a nada e expulsos por uma cidade que gira em torno do Formigão ou que quando quer ser alternativa, fala sobre os “super stars” da banda Los Carbonas.

Eu vou embora deste mundo sem entender porque as pessoas são tão idiotas. Se liga! A vida é uma só! Não perca tempo guardando riquezas e acumulando sentimentos. Distribua abraços e declarações de amor e de amizade. Elogie sempre que sentir vontade. Critique somente quando for muito necessário.
Não tenha vergonha de dizer: “Eu gosto muito de ti”, “Estava com saudade”, “Tu és uma pessoa especial”, “Você está muito bonita hoje”, porque hoje pode ser o último dia que você vai ver alguém. Nunca se sabe, o mundo é muito louco, Syd Barrett.

Não julgue, viva, porque “é urgente”, como escreveu minha mãe maravilhosa.

Assista ao filme “Um estranho no ninho” e grite junto com o Christopher Lloyd na cena final, o mais alto e desesperado que você conseguir. Ou assista a “Felicidade não se compra” e deseje um feliz natal ao James Stewart. Emocione-se, não tenha vergonha de chorar. Liberte-se e expresse-se, Arnaldo Baptista.

“Dizem que sou louco por pensar assim, se eu sou muito louco por eu ser feliz, mais louco é quem me diz e não é feliz.”