quarta-feira, 15 de maio de 2013

Brasil - Amor e ódio

O Brasil é nosso. Mas só quando convém. Se o assunto for futebol, como é bom dizer: sou brasileiro. Senadores e deputados são todos corruptos. Criticamos, mas, na hora de votar. Ah, na hora de votar vamos o mais rápido possível para nos livrar. Ou como bons brasileiros, chegamos poucos minutos antes do fechamento da seção. Essas são as nossas preocupações em dia de eleição. Ir pela manhã ou pela tarde? Depois ou antes do almoço?

Agora, estamos orgulhosos da solidez da nossa economia, ouvimos nosso ex-presidente dizer que emprestou dinheiro ao FMI e que o desemprego está cada vez menor. A presidente Dilma Rousseff anda sendo parabenizada em todos os lugares que vai. O país da Garota de Ipanema. Que orgulho! Aliás, lá fora, duas versões da canção são conhecidas. Ambas cantadas em inglês. A primeira interpretada pela baiana Astrud Gilberto e a segunda, pelo americano Frank Sinatra.

Coitado do Brasil. Esse país foi criado por alguém bem criativo. Um gênio que conseguiu imaginar todos os minuciosos detalhes. Esse estudioso segue brincando com seu mais ousado projeto. Não deve ser fácil inventar uma pátria que escraviza seus índios e impõe o catolicismo a eles. Mas eles já não tinham religião? Acho que os livros falam algo sobre isso. Por falar em livros, os europeus leem, em média, nove livros por ano. Aqui, não lemos nem a metade disso.

A maior nação da América do Sul tem uma grande miscigenação, mas mesmo assim tem incontáveis e lamentáveis casos de racismo. Quase todos assistem novela, mas a maioria tem vergonha disso. Os portugueses não têm, pois importam nossos folhetins sem pensarem duas vezes.E sempre atingem o sucesso. Acredito já ter ouvido alguma piada sobre portugueses por aqui. Eles são burros, não são? Por falar nisso, tenho vontade de rir quando lembro que quase todo mundo já esteve preso a uma trama da Rede Globo, daquelas bem fáceis de adivinhar o final. Não, o engraçado não é se apegar a um enredo bem feito, mas acompanhar toda a obra e depois falar mal de quem assistiu.

Brasil, como não amar e como não odiar? A melhor decisão é desistir de concluir algo, apenas sentar em frente à televisão, comprar uma cerveja e aproveitar essa oportunidade única da vida, que nos permitiu nascer brasileiros. Abraços a todos os conterrâneos. Daqueles bem apertados, que somente nós sabemos dar.






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